BLOG PARA DIVULGAÇÃO DA LITERATURA RUSSA AOS FALANTES DE LÍNGUA PORTUGUESA.

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Nosso desafio literário de 2020, Um ano de literatura russa, teve resultados bastante prazerosos e, por isso, decidimos repetir a experiência em 2021.


O tema deste ano foi escolhido levando em conta o quanto 2020 foi um ano pesado, graças à pandemia, à crise econômica agravada por ela e muitos motivos pessoais na vida de muita gente. Assim, achei que seria melhor evitar livros tristes ou soturnos, e focarmos em outro lado fenomenal da literatura russa: o humor. Afinal, diz-se que rir é o melhor remédio.


Outro motivo pelo qual esse tema pareceu adequado foi a própria visibilidade que o humor russo merece. A literatura russa parece ter uma aura sombria a cercá-la na mente de muita gente; certamente seus autores não evitam os temas pesados e as reflexões profundas; mas o riso também tem um papel marcante na literatura russa, mesmo que, muitas vezes, seja um riso de desespero, como diz Blok em seu artigo Ironia.


O riso de desespero é uma emoção bem conhecida do brasileiro, então creio que conhecer obras russas que cutucam o absurdo do cotidiano de uma dada época ou das ações humanas em geral servirá para aproximar mais os nossos leitores da produção literária daquele país.


Em 2020, o foco foi encontrar os autores mais populares e deixar livre a escolha da obra, para que o maior número de pessoas possível pudesse e quisesse participar. Afinal, a ideia do desafio de 2020 era introdutória. Desta vez, porém, como o desafio é mais direcionado, propomos obras específicas, para que ele possa produzir uma experiência de leitura conjunta e debates sobre o que foi lido. São elas:




Caso você já tenha lido a obra proposta de algum dos autores e não esteja com vontade de reler, seguem algumas alternativas:


BULGAKOV, Mikhail.
a) Coração de cachorro e outras novelas
b) Anotações de um jovem médico e outras narrativas

GÓGOL, Nikolai.
a) Inspetor geral
b) O capote
c) O nariz
d) Diário de um louco
e) A briga dos dois Ivans
f) Teatro completo

VOINÓVITCH, Vladimir.
a) Propaganda monumental
b) Moscou 2040
c) Os antissoviéticos da União Soviética

DOVLATOV, Serguei.
a) O compromisso
b) O ofício


As duas primeiras obras da lista são bem conhecidas e já foram traduzidas inúmeras vezes para o português. Almas mortas tem até uma versão em domínio público, traduzida por Isolino Caramalho (1889-1943), que é fácil de achar na internet, para quem não puder comprar um exemplar. As outras são mais específicas. O percevejo, do Maiakóvski e a Antologia do humor russo foram publicadas pela Editora 34; as obras de Dovlatov, pela Editora Kalinka e os livros de Voinóvitch, salvo engano, só foram traduzidos para português uma vez, saindo por editoras diversas. Agendamos a leitura dessas obras para mais para a frente no ano, para que dê tempo de comprá-las, nas próprias editoras, em livrarias, sebos, onde der. 


Outro motivo para colocar Bulgákov e Gógol no início da lista é que as obras recomendadas são grandinhas, então é bom aproveitar o gás do início do ano para encará-las. A Antologia do humor russo também é volumosa, mas são contos, então não exige o mesmo empenho de um romance. Ela foi escolhida por apresentar uma variedade de autores, inclusive mulheres, dos quais nem todos têm outras histórias traduzidas para português.


Houve alteração também na quantidade de obras programadas. Em vez de doze, mergulharemos em apenas seis, para que haja mais tempo para dedicar às obras e todos consigam terminar o desafio. Quem tiver vontade de expandi-lo pode consultar a nossa lista de alternativas e escolher nela outros livros do autor que lhe agradar. Assim, no fim do ano, você vai ter lido entre seis e dezenove obras, dependendo do seu próprio ritmo de leitura e da sua vontade.


Como vai funcionar? A ideia é ler as obras na sequência anunciada no quadro. Separaremos 10 meses para as primeiras quatro obras, uma média de 2 para cada, mais ou menos, e as duas últimas obras ficarão para novembro e dezembro. As discussões no nosso Clube de Leitura acontecerão nesse ritmo também, e a intenção é de que ocorram pelo menos com frequência semanal. Mas quem quiser ler em outra ordem, especialmente se não tiver interesse em participar das discussões ou para pular obras que já leu, que fique à vontade.

O principal é que todo mundo se divirta.


Feliz Ano Novo!

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