BLOG PARA DIVULGAÇÃO DA LITERATURA RUSSA AOS FALANTES DE LÍNGUA PORTUGUESA.

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EDUARD ARKÁDIEVITCH ASSÁDOV nasceu em 1923, na República Socialista Soviética do Turcomenistão. Seu pai, ex-revolucionário, participante da Guerra Civil, que já se aposentara das atividades revolucionárias e ganhava a vida como professor primário, morreu de prisão de ventre aos trinta anos, quando o filho tinha apenas seis. 

Após a morte do marido, a mãe de Assádov mudou-se para a casa de seu pai em Sverdlovsk, onde Eduard escreveu seus primeiros poemas, aos oito anos, na escola.

Mais tarde, eles se mudaram para Moscou, onde ele continuou a escrever muito, enquanto sua mãe trabalhava como professora. Pouco antes de ele se formar na escola, a URSS entrou na Segunda Guerra Mundial, e Assádov se apresentou como voluntário, seguindo para o front.

No front, ele foi designado para a guarnição que lidava com o lançador múltiplo de foguetes "Katiúsha", e lutou em diversos fronts, nos arredores de Moscou, de Leningrado, do Cáucaso. À sua poesia, que já abordava diversos temas da vida, juntou-se o tópico da guerra, não num viés triste e pessimista, porém, e sim com um otimismo que lhe rendeu críticas, no sentido de "idealizar o dia a dia do soldado".

Em 1944, então com 21 anos, foi ferido seriamente na cabeça durante a realização de uma façanha de guerra. Seus colegas de tropa tinham morrido todos, em virtude de um ataque, e o rapaz carregou um caminhão com o que sobrara de munição, que tentou transportar para o posto militar mais próximo; conseguiu completar o percurso, mas no caminho foi atingido por um estilhaço, que lhe causou um traumatismo craniano. Sobrevivendo, após uma série de tratamentos e cirurgias e a despeito dos prognósticos negativos dos médicos, ele, no entanto, perdeu completamente a visão. 

A perda da visão mergulhou-o em depressão. Segundo o próprio Assádov, o amor das mulheres — de suas leitoras e admiradoras, que vinham frequentemente visitá-lo no hospital, devido à fama que seus versos já haviam granjeado — salvou-o da depressão. Dentre essas admiradoras estava Irina Viktorovna, atriz de teatro infantil, com quem o poeta acabou se casando. O casamento, porém, não durou muito.

Após a guerra, Eduard Assádov continuou a escrever. Quando resolveu tentar publicar, mandou seus versos a Kornêi Tchukóvski — importante escritor infantil e estudioso de literatura soviético — que, apesar de criticar a obra de Assádov impiedosamente na resposta, no fim da carta, reconheceu que se tratava de um verdadeiro poeta.

A aprovação — ainda que bem limitada — de Tchukóvski deu coragem ao poeta, que resolveu ingressar na universidade, em 1951, e no mesmo ano publicou sua primeira coletânea de poesia, "Светлая дорога" (O caminho claro), o primeiro de quarenta e sete livros, além dos poemas publicados esparsamente em jornais ou lidos em recitais nos teatros. 

A popularidade extraordinária de seus poemas, anterior, mesmo, à publicação em livro, e que o levou a ganhar alguns prêmios literários (entre outros militares) se deve, muito provavelmente, à sua estrutura simples, e a forma sincera, direta e singela com que o autor aborda temas com que cada um pode se identificar — o amor, a amizade, fidelidade, esperança, tristeza, a verdade. 

Alguns de seus biógrafos consideram que a relação de seus pais — que, ao que parece, se amavam forte e sinceramente, sem ligar para detalhes como nacionalidades e culturas diferentes — teria influenciado na forma como Eduard encarava o amor e escrevia sobre esse sentimento.

Ele mesmo parece ter experimentado um amor forte e verdadeiro, ao se casar em segundas núpcias com Galina Razumovskaia, que ele conheceu em um concerto no Palácio da Cultura da Universidade de Moscou. Galina se tornou a musa, o amor e os olhos do poeta; levava-o a todos os lugares, e aprendeu a dirigir aos 60 anos para poder conduzi-lo. Eles ficaram casados por trinta e seis anos, até a morte de Galina, em 1997. O próprio Assádov faleceu em 2004.

Obras de Assádov traduzidas no blog:


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